segunda-feira, 29 de setembro de 2014





















dá-me o teu início arco-íris
para de ser utópico
quero agarrar-te as veias
sentir as cores
circular no teu perímetro
lamber o teu chão!

arco-íris procura definição
 
Sara Nogueira ©

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Noz moscada

 Recomendações de leitura: apimentem os vossos corações, e coloquem uma pitada de noz moscada, e saboreiam todas as luzes que o amor voz traz.

Todas esta particulas ínfimas
que inspiro
Levam-me a uma hematose pulmonar
com o teu cheiro
Insinuam-se histórias de amor e versos de embalar:
"O meu amor és tu, quero-te amar".
E fervilha. No meu sangue.
Arde a chama
Quero-te mais,
Dá-me mais,
Eu sou, tu és.

Sara Nogueira(c) 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Belisca-me

Belisca-me a nuca
Trata de pôr a minha alma
Em sítios maduros
Tropeça nessa tábua maluca
Despeja a tua raiva nesses furos

Procura-me no oeste
Se conseguires me encontrar
Talvez seja porque tiveste
O atrevimento de tentar.

Negoceia a tua alma
Não és tu que vales valor?
Sórdido destino o  o teu
Que se esqueceu de te mostrar
O que é o amor

Sara Nogueira©
Agosto, 2013

domingo, 20 de julho de 2014

Para os Senhores Desta Nova Guerra

Fraturas expostas
Rotulam o odor da miséria humana
Estragos no corpo
Dolorosos e sangrentos
Lágrimas e choros barulhentos

E na alma?!
Na minha, tenho raiva desta guerra
Executada por quem pensa
que pode controlar o rumo da humanidade
Perdida e tensa

Lixem-se vocês
Escumalhas deste mundo!
Que pensam que matar o inocente
é atingir o progresso imundo!

Bestas carnívoras
que se deixam manipular
pela besta das bestas
que veio para destruir, roubar e matar!

As vossas feridas
são mais profundas
do que as balas das vossas armas
As vossas frustrações transbordam
No sangue que fazem derramar

Arrependam-se!
Ajoelhem-se aos céus
Humilhem-se nas vossas fraquezas
Aqueçam o coração
Nas almas do outro lado
acesas.

Sara Nogueira©


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Tempos




São ventos areosos
Que me rodeiam o corpo ardente no agora.
Tentações limam-me a minha alma
Ancorada em nada de recordações
Levo-te e vivo-te no meu futuro mental
Praticando quase a iniquidade de te amar.


(Escrito em Junho de 2014)

Sara Nogueira©

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Grito

 Recomendações terapêuticas: Gritar!



Sou o  virar da página
de todas as páginas
que se arrastam
na verdade inconcebida
do ser perfeito!

Sara Nogueira©

terça-feira, 8 de julho de 2014

Balanças


Oceanos separam as balanças indefesas desta terra

Deste lado vejo o olhar intenso
Da melodia quente
Em que absorvo o mar
Que me quebra em ti

Desse lado vejo
O horizonte da saudade
E da ternura da tua voz
Que me aquece a alma
Resistindo ao passar dos anos por nós.

Sara Nogueira©


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Poema do Estranho

(Direto e eficaz à primeira leitura para estranhos, pseudo estranhos e latentes)

Gosto de pairar com emoções por aí
Dizem que a vida é curta
E a emoção, faz-nos sentir!
Faz-nos amar! Mas também trair
O estranho sente dor por sentir
Amou tanto acabou por partir
Entranhou-se dentro dele e
Percebeu que  a luta seria maior!
A vida é curta
Amou, sentiu, não lutou
Ou será a vida a própria luta?

Deixa a razão clarear
Pode demorar o fruto
Até podes estranhar a quase derrota
Vais sentir vontade de estar de luto
Mas a vida dar-te-à nova rota


(Maio, 2014)

Sara Nogueira©

domingo, 6 de julho de 2014

Verão Procura-se

Uma boa segunda-feira a todos.
Que começe finalmente o Verão! É uma ordem. Quero-me sentir em Julho! Quero sentir o calor nos meus dedos e extravasá-lo para as palavras. Quero ver pele! Pele das gentes que andam por aí do lado de fora das quatro paredes! E a alegria? Aquela alegria automática que a palavra Verão causa em nós! Vocês compreendem-me?
Vem sol
Vem mar
Vem terra
Vem amor
Vem alegria!
O Verão é poesia!

Sara Nogueira©

sábado, 5 de julho de 2014

Obsceno Escudo Bonito

Escrito em Fevereiro de 2011
( Recomendações de leitura: De preferência ler numa cozinha a ouvir o borbulhar de àgua a ferver num tacho)

É relevante,
O ser aceso mas inconstante
Que por sombra ou luz
(Não sabe bem)
É tomado pelo
Inesperado dia que seduz

Terreno fugaz e interdito
Suposto pensar em sair
Luta! Mártir do sorrir!
Obsceno escudo bonito

E de querer sem querer
Esta luz e estas trevas
Saborear a beleza em livre ser
Compactuando com tantas quedas

Emoções que se conflituam,
Se desnudam
Que fervura que dói!
Panela cruel aberrante
Vapor tóxico cintilante
Corpo seco, este meu corpo
Que agora escreve,
Que não sabe,
Não consegue dizer!

Ou será da alma?

Sara Nogueira©

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eu em mim

Para as mulheres


Luz de tormenta
incendeia o chão
que dá dinâmica à vida

Celeremente procuro o eu
em mim
Encontro as chamas
deitadas sobre o quase
silêncio do fogo

Vejo uma mulher
deitada sobre elas
formosa com suaves
traços do que é belo
Acaricio os seus seios
Percebo que estãos cheios
do leite que amamenta
o chão que piso

Deito-me com ela,
Olhamos as duas
Para o tecto em luz
Dou-lhe a mão,
Dou-lhe amor,
Deixo-a
incendiada de valor
em mim.

Sara Nogueira©

terça-feira, 1 de julho de 2014

Tem um belo dia

 (O dia é agora)
Tem um belo dia!
O meu será
Se olhar para ti
Não de fora,
Mas por dentro
Ninho fervoroso
Teu cheiro
suculento

Tem um belo dia!
Se fores capaz de agarrar
as trevas que te prendem
à procrastinação
que deixa o tempo passar
por ti,
em vão

Tem um belo dia!
Conserva-te na chuva calorosa
que vem efémera
Absorver
A tua  réstia de preguiça
Inundada no teu íntimo
de querer, mas não saber:
viver.

Sara Nogueira©

domingo, 29 de junho de 2014

Linda infeliz


Para os felizes, infelizes e 'infelizgnósticos'

Tenho coisas feias
Que às vezes querem surgir
Bebo um, mil copos
Até as conseguir parir

Julgo perceber
As tristezas alheias pairando
Neste céu poluído e gaseificado
Das dores e dissabores
De quem pressiona a  vida
Contra as paredes
de ar murmurado

E reflito  uma, mil vezes
Sobre o destino que dou
 A esta pressão suja de ódio
A esta ansiedade vazia de lágrimas
E a este desejo profundo em calor morto

E fico incomodada
por não fazer rimar
Estes versos cheios de nada
Estas palavras enceradas de
Gorduras preliminares de animais vivos

Troquemos palavras felizes
Hipòcritas em seus sorrisos
Se existem e têm significado
Que façam sons alegres de guizos.

Ensinem- me lá o que isso é: feliz.

Sara Nogueira©

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Estagnação

 (Recomendações de leitura: beber um copo de água e ler em voz alta)

Sobre amarelo vivo
Entardece a hora a que durmo
Nesse resplandecer altivo
Solto o breve respirar em fumo

E intento por vezes a razão
E ela me desconhece
Aos pesadelos dou vasão
E o frio que não veio amanhece

Sou o sentir da dor
o sentir tudo de todas as formas
sou o polir da cor
a vaidade que em cera transformas

Perante esse lírico destino
Restava o contentamento
Mas somos todos fascínio
O espelho que todos os dias lamento

E não há conclusão
Sem que haja uma manifestação
Conscientemente o ímpeto
Se eleva até ao altar do gesto!

Quantas mais serão as ofertas
Não esta, aquela ou estas
Mas todo o ser que se distrai
De si mesmo, sem que nada
o desminta do outro velho ser que trai

A raiva afasta-se
A dor gasta-se
Redondas são as alturas
do chão que vais minando
de loucuras ocultas atadas
a velhas prisões e moradas

O ar contrai todo o clima.
Do desassogego
Se faz a praia do mérito
Em tons suaves o apego
inclui a razão do mar desértico

Desprendida a vontade
Se torna o ar pesado
Vivalma percebe não
do que se tem de salvar
É como a restauração.



Abril, 2013

Sara Nogueira©








quarta-feira, 25 de junho de 2014

Chegar


Chego aqui, esforçando-me para espelhar aquilo que sempre aprofundei cá dentro. Às vezes, cá dentro, é a única vida que se faz sentir.

Começo com a morte, com o chegar e o partir.

Recomendações de leitura: Respire profundamente duas vezes antes de ler.


Chegar/Partir

Três vezes sossego
 no teu olhar maciço
Troco o beijo
 por um feliz feitiço

Dia sonoro este
Verão! Pronúncia do
 ser mundano
Peste e amor profano

Felizes os que sabem,
Os que não sabem
Tentam ser
Morto impeçilho aguado!
Sujo olho cego tenta ver

Guarda jugos estranhos
São dois que se atentam
Por laços e tamanhos!
Julieta morre

Estranho medo de vida
Vontade incompleta
Facto que amaldiçoa
Esta ternura deserta

Chega o meio e o fim do horror
Guio-me à insatisfação
Chega de achar que o amor
Virá com razão.


(Junho, 2014)

Sara Nogueira©